Contêineres vazios sobrecarregarão portos em 2023

Há quase um ano, contêineres vazios vêm se tornando um problema para muitos portos, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, com pátios repletos. O problema de reposicionamento também é em parte responsável por atrasos e interrupções nas cadeias de suprimentos. De acordo com um estudo da empresa de análise de dados Sea-Intelligence, com sede na Dinamarca, um retorno ao normal no transporte poderá ampliar o número de contêineres vazios no início do próximo ano.

O Porto de Los Angeles ameaça há quase um ano instituir taxas com base no excesso de tempo de permanência, para incentivar os armadores a retirarem os contêineres.

“Se o transporte marítimo voltar ao normal no início do próximo ano, veremos a liberação de 4,3 milhões de TEUs excedentes na América do Norte, que não podem ser expatriados”, alerta a Sea-Intelligence. “Isso potencialmente sobrecarregará os terminais de contêineres vazios nos EUA, um problema que já está começando a se materializar.”

Em sua análise sobre a eventual normalização das cadeias de suprimentos e as possíveis ramificações sobre os fluxos de contêineres vazios, a Sea-Intelligence destaca que o tempo entre o momento em que a carga está pronta no exportador até a entrega do importador será ampliado.

Antes da pandemia, o tempo de transporte era de 45 dias em média, chegando a 112 dias em fevereiro de 2022. No final de agosto, a média estava em 88 dias.

“Como o tempo de transporte está ficando mais curto, os contêineres adicionais serão liberados da cadeia de suprimentos e começarão a se acumular, principalmente na Europa e nos EUA”, prevê a Sea-Intelligence.

Navios de carga: conheça os principais tipos e o que transportam

Conheça os principais navios de carga:

NAVIO GRANELEIRO:

Os graneleiros possuem grandes escotilhas hidráulicas que cobrem os porões, onde os produtos são armazenados sem a contagem de unidades, embalagens específicas e identificação de alguma marca comercial. Foram feitos para transportar mercadorias a granel tais como:

  • grãos em geral tais como soja e milho, por exemplo;
  • açúcar;
  • minérios;
  • carvão;
  • fertilizantes e etc.

NAVIO PETROLEIRO:

Construído especificamente e exclusivo para o transporte de petróleo e seus derivados, não podendo ser utilizado para acondicionar outros tipos de líquidos.

NAVIO PORTA-CONTÂINER:

Os navios porta-contêineres são compostos por vários porões, cada um equipado com “guias de células” que permitem que os contêineres se encaixem no lugar. Cada contêiner é então preso ao vaso e um ao outro para fornecer estabilidade. Depois que as primeiras camadas de contêineres são carregadas e as escotilhas fechadas, camadas extras são carregadas no topo.

 

NAVIO RO-RO:
Ro-Ro é a sigla utilizada para definir os navios cargueiros Roll on-Roll off.  Seria navio de “carga rolante”, ou seja, aquela que embarca e desembarca do navio rolando, seja em cima de suas próprias rodas ou em cima de um equipamento específico para isso. Diferentemente do navio transportador de contêiner, o navio Ro-Ro é todo fechado. É como se fosse um grande estacionamento vertical com várias rampas internas onde, na maioria das vezes, é possível ajustar a altura dos andares de acordo com o tipo de carga.

Mercosul: Saiba mais sobre esse bloco econômico

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é o bloco mais importante da América do Sul. Ele surgiu com a finalidade de intensificar as relações comerciais entre os países e fortalecer a oferta de emprego e renda entre os seus membros. A sua origem se deu pela necessidade de constituir um mercado econômico a nível regional na América Latina, por meio de uma zona de livre comércio.

O bloco é formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, que fundaram o Mercosul, e pela Venezuela, que entrou depois, mas que, no entanto, está suspensa desde 2016.

Em 1985, os presidentes do Brasil e Argentina (José Sarney e Raúl Alfonsin, respectivamente) iniciaram as discussões sobre a criação do Mercosul, que seria um projeto de integração. Cinco anos depois, Paraguai e Uruguai participaram da negociação para entrar no bloco.

Com a criação de uma zona de livre comércio, o próximo objetivo seria estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC). Essa tarifa seria um imposto comum para esses produtos, a fim de evitar que um país fosse privilegiado com a entrada de certas mercadorias.

No entanto, o Mercosul é uma união aduaneira imperfeita. Isto é, não há, de fato, uma livre circulação de mercadorias. Mesmo com a redução das tarifas comerciais, muitos produtos da Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela enfrentam barreiras para entrar no Brasil. Isso acontece porque as economias dos países membros são muito diferentes entre si.

O Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) exportou cerca de US$ 16.990 milhões entre janeiro e dezembro de 2021. Em relação às importações, foram cerca de US$ 17.362 milhões movimentados pelo bloco.