Futuro do comércio exterior: O que precisamos levar em consideração?

Tudo muda a todo momento. A tecnologia e o mercado vem alterando alguns panoramas do comércio exterior. Essas mudanças são necessárias para facilitar a vida de quem importa e exporta e vem em busca de agilidade e facilitação nas burocracias estabelecidas anos atrás, quando a realidade ainda era outra.

Por anos, desde a década de 90, diversas regras e burocracias foram mantidas por órgãos governamentais e Receita Federal, por exemplo. A falta de atualização, acompanhando as mudanças e exigências do setor, criaram contratempos e dificuldades para quem importa e exporta. 

Com tantas burocracias e exigências impostas há anos, o mercado se acostumou com essas ‘regras’ do comércio exterior. Mas como se adaptar ao novo?

O caminho para as novas tendências passa pela tecnologia. A transformação digital começa quando passamos a incorporar a tecnologia a serviço das empresas e pessoas. Teremos muita evolução em relação à questão tecnológica nos próximos anos. 

As tendências para o futuro do comércio exterior, principalmente brasileiro, começaram a acontecer a partir de 2017 com a implementação do DU-E (Declaração Única de Exportação), criação do Portal Único Siscomex e também mudanças com o DUIMP no Novo Processo de Importação no país. 

Quem faz parte do setor, trabalha para diminuir a burocracia e tentar fomentar mais a economia do setor, já que o Brasil ainda não chega a 20% de participação do PIB com os negócios externos. 

Por isso, a importância da criação de inovações no segmento é alta. Precisamos pensar em curto, médio e longo prazo. Apresentar soluções e não cotações. Unificar departamentos para ações ágeis. As tendências de mercado precisam ser pensadas para funcionar dentro de uma empresa e no comércio exterior de modo geral.

O que são “recintos alfandegados”?

A cadeia logística internacional não se resume aos meios de transporte. É preciso levar em conta toda a infraestrutura que viabiliza a armazenagem e a movimentação das mercadorias. Afinal, em muitos casos elas precisam passar por vistorias e inspeções a fim de serem liberadas pelas autoridades aduaneiras.

De modo geral, os recintos alfandegados são locais que servem para, por exemplo:

  • Embarque
  • Desembarque
  • Movimentação
  • Armazenagem e despacho de cargas que estão em processo de exportação — ou em processo de nacionalização, no caso das importações.

Atividades como movimentação, armazenagem de cargas e remessas internacionais, embarque, desembarque e verificação de bens pessoais procedentes do exterior fazem parte da rotina de um recinto alfandegado.

Quais são os recintos alfandegados

Os recintos alfandegados atuam sob o controle aduaneiro, agregando as zonas primárias e as secundárias — sendo que os mais populares são os portos, os terminais aeroportuários de cargas e de passageiros, e os pontos de fronteira (que representam a zona primária — ou seja, onde acontece o primeiro contato entre o território nacional e internacional).

Saiba, a seguir, quais são os recintos alfandegados :

  • Aeroportos
  • Portos
  • Pontos de fronteiras
  • Portos secos

Retenção e atrasos: 40% da frota mundial de contêineres está retida nos portos

A pandemia continua a exercer forte pressão no comércio marítimo global, nomeadamente adensando o congestionamento nos portos um pouco por todo o mundo.

Dados divulgados através do índice de congestionamento mundial de portos, da Clarksons UK, mostram que atualmente há mais contêineres presos em portos do que no auge da pandemia.

Estima-se que atualmente cerca de 37,8% da frota está parada em diversos portos pelo mundo, enquanto o último recorde registrado foi em Outubro de 2021, quando o percentual era de 31,5%.

De acordo com o Professor Thiago Pera, da Universidade de São Paulo, em entrevista para o G1, a alta demanda de contêineres gera também um alto tempo de espera nos portos mais movimentados do mundo, retendo por mais tempo os contêineres nos portos.

Na mesma entrevista, Pera descreve que em Xangai, houve um aumento de 140% acima da média histórica na espera pelo berço, espaço em que o navio pode atracar para realizar suas operações em segurança – durando 1 dia e 19 horas.

Já em Los Angeles, o aumento foi de 16.899%, com uma espera de 8 dias e 12 horas, o maior entre os portos.

No Brasil, a espera média é de 1 dia e 2 horas, aumento de 175%. Em Santos, São Paulo, passou a ter de esperar uma média de 11 dias, o que gera um volume maior de cargas para exportação retidas no porto, de acordo com Wagner Souza, diretor executivo da Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC), ao ser entrevistado para o G1.

As greves nos setores logísticos tanto nos EUA como na Europa foram fatores determinantes para o aumento desse congestionamento. Enquanto isso, importadores e exportadores de todo o mundo aguardam a liberação de suas cargas, com diversos setores sendo afetados pela falta de insumos.

Prevenção de contaminantes agrícolas na cadeia logística

Conforme orientado pelos armadores e com o objetivo de prevenir e eliminar contaminantes agrícolas da cadeia logística, especificamente dos contêineres, cargas e materiais de embalagens, informamos abaixo boas práticas que devem ser seguidas e adotadas por nossos clientes, uma vez que estão relacionadas às suas responsabilidades durante o processo de embarque e desembarque de cargas.

Atenção:

  • Verificar possíveis contaminações no ato do recebimento do contêiner, seja de nossos depots (em processos de exportação) como de terminais portuários (em processos de importação), e reportar-nos diretamente no caso de identificação de contaminantes, tanto em seu interior, quanto em sua área externa. Se encontrados, os contaminantes devem ser removidos e o contêiner pode ser rejeitado, se necessário. Desta forma, ressaltamos que, ao aceitar o contêiner, o cliente atesta que a unidade está limpa e livre de qualquer praga ou contaminante e adequada para uso de acordo com os padrões exigidos pelo transportador.
  • Garantir que sua área de estufagem esteja limpa e livre de possíveis contaminantes. O local deve passar por uma verificação externa, para assegurar que não há contaminação visível de pragas, e por uma inspeção interna, para limpeza. Estas verificações são de responsabilidade do transportador ou seu representante, mesmo que a embalagem da carga seja realizada por outros contratados em nome do transportado.
  • As unidades de carga devem ser mantidas sempre bem fechadas. Em caso de unidades com carga, estas devem estar lacradas, evitando, assim, a entrada de animais e possíveis contaminações.
  • É fundamental orientar os prestadores de serviços logísticos, como transportadores e consolidadores, para que eles também cumpram com as recomendações citadas acima.
Fonte: MSC