O congestionamento nos aeroportos tem provocado dores de cabeça para quem viaja pelos Estados Unidos e Europa. A temporada de verão do Hemisfério Norte tem sido marcada por cancelamentos de voos e confusões nos aeroportos, não apenas por questões climáticas, mas especialmente por falta de pessoal nas companhias aéreas.
O caos aéreo, como este fenômeno ficou conhecido, se instaurou com a recuperação abrupta do mercado de viagens depois dos relaxamentos de protocolos de circulação após dois anos de duras restrições devido à pandemia. Com seus quadros de funcionários mais enxutos depois de cortes provocados pela covid-19 e pelo Brexit, aeroportos e companhias têm tido dificuldade de lidar com o grande volume de malas e turistas.
A situação é tão complicada, que a Delta, por exemplo, chegou a enviar um avião vazio para Londres, com o objetivo de “resgatar” as bagagens que não embarcaram na mesma aeronave dos passageiros, por causa da bagunça generalizada.
Reflexos da pandemia
As empresas de aviação, que demitiram funcionários durante a pandemia, encontram dificuldade de reposição de pessoal. Isso sem falar que têm enfrentado a demanda reprimida dos viajantes, que passaram quase dois anos sem voar. O fluxo de passageiros supera a capacidade do aeroporto, das companhias aéreas e dos serviços de assistência em solo.
Para piorar, o verão europeu coincidiu com uma série de movimentos grevistas de funcionários das companhias aéreas e dos aeroportos por melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Segundo a Euronews, trabalhadores de gigantes como British Airways e Lufthansa e das empresas de baixo custo Ryanair e EasyJet, além de funcionários do aeroporto Schiphol, lançaram uma série de paralisações.
A Lufthansa, por exemplo, cancelou mais de mil voos na Alemanha nesta semana, afetando cerca de 13 mil passageiros, por causa de uma greve de funcionários. Já a tripulação espanhola da Ryanair anunciou recentemente 12 dias de greve em julho, enquanto a da EasyJet vai parar por 9 dias. Os bombeiros do aeroporto Charles De Gaulle, em Paris, também pararam, e os sindicatos de pilotos italianos ameaçam endurecer suas ações.