A pandemia diminuiu drasticamente o trânsito internacional de pessoas, levando a suspensão de diversos voos já que muitos países chegaram a fechar suas fronteiras. Diferentemente do transporte marítimo, que teve um aumento substancial desde então.
O efeito dominó está criando um grande problema para o Comércio Exterior em todo o mundo, adicionando uma carga extra em uma já estressada cadeia de suprimentos global. O norte da Europa e consequentemente os Estados Unidos estão sendo muito afetados por todo esse cenário. O porto de Hamburgo, na Alemanha, é quem mais tem sofrido com congestionamentos e continua impactando as empresas de transporte de carga marítima e interrompendo ainda mais as cadeias de suprimentos já sobrecarregadas.
Todos os navios que fazem escala em portos europeus, estão fora do cronograma. Há atrasos e divulgação de omissões de portos e rolagens sem precedentes com os principais armadores.
Com os navios totalmente carregados, eles ficam mais tempo nos portos do que o estimado normalmente. Com o tempo excedente, o terminal não pode carregar ou descarregar outro navio. Com isso, os novos navios que tentam chegar aos portos ficam esperando sua vez de atracar no Mar do Norte e a fila de espera fica cada vez mais longa. Para tentar conter a situação, os terminais tentaram mudar o tempo dos caminhoneiros para entrega de contêineres e alugaram mais espaço de armazenamento, porém ainda há picos de sobrecarga que nem as medidas paliativas conseguem resolver.
O cenário na América do sul tem alguns problemas ainda maiores. A MSC decidiu paralisar as atividades terrestres em toda a América do Sul por tempo indeterminado. O motivo é a ação constante de criminosos que se aproveitam dessa cadeia logística para esconder toneladas de cocaína e enviar para países da Europa e da África.
O crescimento do narcotráfico vem se tornando uma dor de cabeça cada vez maior para os exportadores brasileiros. A cada oito dias uma carga para exportação “contaminada com cocaína” é encontrada no maior porto do país, em Santos, no litoral de São Paulo.
Ainda não se sabe quais serão as consequências dessa paralisação, mas todos do setor estão de olho nos próximos passos a serem tomados para reverter essa situação de gargalo do comércio internacional.