Com a reabertura do comércio nos últimos meses, a demanda de fretes disparou, e com ela, o preço dos serviços. Graças ao desequilíbrio do mercado internacional e do transporte marítimo de cargas, faltam espaços nos navios, e existe até uma escassez de contêineres, afetando o preço final dos serviços logísticos, e consequentemente, dos produtos que chegam aos consumidores.
A paralisação da economia mundial no ano passado acabou provocando atraso e um encarecimento gigantesco nos custos dos transportes. O custo médio para trazer um contêiner de 12 metros da Ásia para a América do Sul era de US$ 2 mil antes da pandemia. Hoje supera US$ 8 mil, segundo informações dos armadores.
Além dos preços altos, as empresas que atuam com o transporte internacional de cargas estão enfrentando atrasos logísticos de até meses. Algumas empresas estão tendo que optar pelo pagamento de frete premium, isto é, por um valor ainda mais elevado.
O agravante maior é a falta de contêineres ao redor do mundo. A demanda aumentou a partir do segundo semestre do ano passado provocando um desarranjo no mercado de logística internacional. A explicação das empresas donas dos navios, é que, por conta da pandemia, contêineres ficaram presos em diversos portos do mundo.
Mesmo com todos esses problemas de logística, o Brasil teve uma pequena vantagem com a recuperação chinesa dos efeitos da pandemia. O país asiático começou a estocar alimentos, e o Brasil se tornou um grande fornecedor de grãos para a Ásia. Como resultado, os preços das commodities tiveram aumentos estratosféricos, impactando todo o sistema de custos envolvidos na cadeia produtiva.