É de conhecimento geral que, nas últimas semanas, o Rio Amazonas atingiu níveis críticos em decorrência da seca extrema – o que impactou severamente a navegabilidade de navios na região amazônica.
O fluxo de navios e barcos é o principal meio de transporte na região e o único meio de acesso a instalações de saúde e educação para muitas comunidades. As maiores embarcações não conseguem mais acessar o porto de Manaus devido à redução do nível de água em trechos críticos para abaixo da profundidade mínima necessária para a passagem com segurança dos navios de grande calado. A alternativa é transportar as cargas por balsas entre Manaus e o porto Vila do Conde, no município de Barcarena, no Pará, onde os navios estão transferindo a carga.a
A seca deste ano é agravada por dois eventos naturais simultâneos, sendo o principal deles o El Niño, que inibe a formação de nuvens de chuva, reduzindo ainda mais as já baixas precipitações registradas durante a estação seca.
Operadores logísticos alertaram clientes ao longo desta semana que não há previsão de quando os grandes navios voltarão a entrar em Manaus. A MSC divulgou um comunicado dizendo que a empresa tem se esforçado na busca de soluções para auxiliar na continuidade da prestação do serviço, bem como para diminuir os prejuízos sofridos por todos.
Até aqui, a situação foi administrada com rearranjos de produção que vêm evitando a paralisação completa das linhas. Porém, com o estresse logístico aproximando-se do limite, sem a perspectiva de normalização da navegabilidade no curto prazo, algumas empresas convocaram reuniões para discutir a adoção de férias coletivas nos próximos dias.