Você já deve estar sabendo da notícia que correu o mundo essa semana sobre o navio que está encalhado no Canal de Suez. Mas você sabe realmente quais são os impactos que esse acontecimento pode causar no mundo inteiro?
O Canal de Suez é uma passagem artificial localizada no Egito, entre o Mar Maditerrâneo e o Mar Vermelho. Ele foi construído no final do século passado, mais especificamente de 1859 a 1869. A largura média do canal é de 365 metros, dos quais 190 m são navegáveis, e o comprimento total da obra é de 195 km.O objetivo da construção foi encurtar a rota marítima entre o ocidente e o oriente. Desde a sua inauguração em 1869, é uma das principais travessias marítimas do mundo para o transporte de mercadorias e matérias-primas.
Desde terça-feira, 23/03/2020, a passagem pelo canal está bloqueada pelo cargueiro Ever Given, um mega navio carregado com 20 mil contêineres que encalhou devido a uma falha técnica e gera preocupação em todo mundo por bloquear a passagem dos demais navios. Ao todo, o engarrafamento marítimo do lado de fora do Canal é de mais de 200 navios aguardando a liberação para realizar a travessia.
O problema é que a rota alternativa para esses navios seria dar a volta no Cabo da Boa Esperança, que fica na África do Sul, ou seja, isso adicionaria mais de 2 semanas na rota de cada navio, ocasionando prejuízos milionários para as empresas. E os prejuízos não param por aí.
O tráfego marítimo diário através do canal de Suez é avaliado em 9,6 bilhões (54,5 bilhões de reais), de acordo com uma primeira estimativa do Lloyd’s List Intelligence, especializada no setor. “Se o Canal de Suez permanecer bloqueado por mais 3 ou 5 dias, isso começará a ter ramificações globais muito sérias”, disse Niels Madsen, vice-presidente de produtos e operações da consultoria dinamarquesa Sea-Intelligence, à agência Reuters.
Os impactos desse grande problema na logística mundial já começaram a ser sentidos, tendo inclusive causado uma alta de cerca de 6% no preço do petróleo.
A empresa Shoei Kisen Kaisha, dona do Ever Given, pediu desculpas pelo ocorrido e disse estar tentando solucionar a situação o mais rápido possível, mas acrescentou que a remoção do navio tem se mostrado “extremamente difícil”. Especialistas estimam que a retirada do navio e o desbloqueio do Canal de Suez pode demorar meses, agravando ainda mais a crise global.