Cenário do comércio exterior brasileiro no 4º trimestre de 2025
O que esperar da reta final do ano para exportadores e importadores
10/8/20253 min read
Desafios e perspectivas para a reta final do ano
O comércio exterior brasileiro chega ao último trimestre de 2025 com resultados sólidos e uma balança comercial ainda positiva, mas o cenário exige atenção. Após meses de desempenho consistente, o país enfrenta um ambiente global mais instável, marcado por tensões comerciais, desaceleração econômica e custos logísticos em alta.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Brasil acumulou até setembro exportações de US$ 257,8 bilhões e importações de US$ 212,3 bilhões, gerando um superávit de US$ 45,5 bilhões. As projeções indicam que a corrente de comércio deve ultrapassar US$ 629 bilhões em 2025, o maior volume da história. Os números confirmam o dinamismo do setor, mas também mostram que o país está operando em um contexto mais complexo do que nos anos anteriores.
Fatores internos: volatilidade e custos crescentes
Internamente, o câmbio segue oscilando em torno dos R$ 5,60 por dólar, favorecendo exportadores, mas pressionando importadores e empresas dependentes de insumos estrangeiros. Essa volatilidade, somada ao custo logístico elevado e à dificuldade de acesso a crédito, torna o planejamento financeiro um desafio constante.
O alto custo de fretes e gargalos portuários — especialmente nos terminais do Sudeste e Sul — seguem entre os principais entraves. Ao mesmo tempo, os juros elevados mantêm o crédito mais restrito, reduzindo a capacidade de investimento das empresas e dificultando a expansão das operações internacionais.
Fatores externos: tensões e desaceleração global
No cenário externo, o Brasil precisa lidar com novos obstáculos. As tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que em alguns casos chegam a 50%, impactam diretamente a competitividade em um dos principais mercados de destino das exportações nacionais.
Além disso, a desaceleração da economia global e a queda na demanda por commodities criam um ambiente menos favorável para os grandes exportadores de soja, minério de ferro e petróleo. A Organização Mundial do Comércio (OMC) já revisou para baixo suas projeções de crescimento do comércio mundial, e as pressões ambientais e de governança (ESG) se intensificam, exigindo das empresas brasileiras novas práticas de rastreabilidade e sustentabilidade.
Setores em movimento
O agronegócio continua sendo o principal motor da balança comercial, ainda que sujeito a riscos climáticos que podem afetar o volume exportado. O setor industrial, por sua vez, enfrenta desafios para manter competitividade, especialmente diante da alta do dólar e dos custos de importação.
Do lado das importações, o movimento é de leve recuperação, impulsionado pela reposição de estoques e pela demanda interna em setores de tecnologia, energia e infraestrutura. O aumento das compras de bens de capital também sinaliza que empresas começam a retomar investimentos, embora com cautela.
O que esperar do 4º trimestre
O cenário mais provável para o fechamento de 2025 é de crescimento moderado, com exportações mensais na casa dos US$ 30 bilhões e superávit abaixo do registrado no primeiro semestre. No melhor dos casos, a estabilidade cambial e uma leve melhora no comércio global podem consolidar um novo recorde anual. Já em uma hipótese mais adversa — com intensificação das barreiras comerciais e desaceleração prolongada — o superávit pode se reduzir significativamente.
Nesse contexto, as empresas que atuam no comércio exterior precisarão redobrar atenção à gestão de riscos, diversificar mercados e investir em eficiência logística. Estratégias de hedge cambial, otimização de rotas, parcerias sólidas com agentes internacionais e cumprimento de normas ESG deixam de ser diferenciais e passam a ser requisitos básicos de competitividade.
Conclusão: estratégia e adaptação serão essenciais
O Brasil encerra 2025 com resultados consistentes, mas o ambiente global exige preparo e resiliência. O equilíbrio entre eficiência operacional, inteligência de mercado e sustentabilidade será determinante para manter o ritmo de crescimento do comércio exterior brasileiro.
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