A campanha “Setembro Amarelo” é um movimento que salva vidas!

O dia 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas as ações de conscientização acontecem ao longo de todo o ano. Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha de combate ao estigma em torno da saúde mental no mundo. Em 2024, o lema é “Se precisar, peça ajuda!” e diversas iniciativas estão sendo realizadas para incentivar a busca por apoio.

Em 2013, Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), trouxe a campanha internacional Setembro Amarelo para o Brasil, marcando sua presença no calendário nacional. Desde 2014, a ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), tem promovido essa importante iniciativa, conquistando apoio por todo o país.

O suicídio é uma dolorosa realidade global que afeta milhões de pessoas e suas famílias. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil suicídios são registrados anualmente, sem contar os casos subnotificados, o que pode elevar esse número para mais de 1 milhão. No Brasil, são aproximadamente 14 mil suicídios por ano, uma média de 38 vidas perdidas por dia.

Enquanto as taxas de suicídio diminuem em algumas partes do mundo, as Américas seguem na contramão, com índices crescentes. A OMS aponta que praticamente 100% dos casos estão relacionados a transtornos mentais, frequentemente não diagnosticados ou tratados de forma inadequada. Isso significa que a maioria dos casos poderia ser evitada com o devido acesso a cuidados psiquiátricos e informações adequadas.

Importância do movimento

Em 2024, o Setembro Amarelo reforça a mensagem: se precisar, peça ajuda! Como sociedade, devemos agir para desmistificar o tema do suicídio, que ainda é um tabu. Falar sobre isso abertamente é essencial para que aqueles que enfrentam crises possam buscar apoio e reconhecer que a vida sempre será a melhor escolha.

Quando uma pessoa decide acabar com a própria vida, seus pensamentos e sentimentos tornam-se estreitos e rígidos, fazendo-a acreditar que o suicídio é a única solução. Esse pensamento distorcido é resultado do sofrimento emocional intenso que ela enfrenta. Por isso, é fundamental que as pessoas ao redor saibam identificar sinais de alerta e ofereçam suporte com empatia, sem julgamento. A escuta ativa e o encaminhamento para um psiquiatra capacitado são passos cruciais para ajudar alguém em crise.

O Impacto do Suicídio na Sociedade

O suicídio é um sério problema de saúde pública com consequências devastadoras para a sociedade. De acordo com a OMS, mais pessoas morrem por suicídio do que por HIV, malária, câncer de mama, guerras ou homicídios. Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a quarta principal causa de morte, atrás de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Esse fenômeno complexo afeta pessoas de todas as idades, gêneros, culturas e classes sociais.

No Brasil, as estatísticas são preocupantes. Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2016 e 2021, houve um aumento de 49,3% nas taxas de suicídio entre adolescentes de 15 a 19 anos e um aumento de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos. As taxas de suicídio variam entre homens e mulheres, sendo geralmente mais altas entre os homens em países de alta renda e entre as mulheres em países de renda baixa ou média.

Embora alguns países tenham adotado estratégias nacionais de prevenção ao suicídio, muitos ainda não se comprometeram com essa causa urgente. Apenas 38 países possuem uma estratégia formal para enfrentar esse problema de saúde pública.

Como Podemos Ajudar na Prevenção do Suicídio

Enquanto sociedade, podemos desempenhar um papel vital na prevenção do suicídio. Primeiro, é importante criar um ambiente de acolhimento e apoio, onde as pessoas possam falar sobre seus sentimentos sem medo de julgamento. Precisamos incentivar a busca por ajuda profissional e garantir que todos tenham acesso a cuidados de saúde mental de qualidade. 

Educar-se sobre os sinais de alerta do suicídio e estar disponível para ouvir quem está em sofrimento pode fazer uma diferença enorme. São diversos materiais de uso público, um exemplo é a Cartilha Suicídio Informando para Prevenir.

A empatia, a compaixão e a conscientização são ferramentas poderosas para salvar vidas. Ao trabalhar juntos, podemos ajudar a quebrar o estigma e reduzir o número de suicídios em nossa sociedade.

Participe conosco, divulgue a campanha entre os seus amigos e ajude a salvar vidas!